Data de publicação: 03/11/2020
As vacinas são um investimento em saúde com uma excelente relação custo × benefício, estas têm um enorme impacto na saúde, ao evitar milhões de mortes por ano e aumentar a expectativa de vida. Ao longo da história, elas ajudaram a reduzir expressivamente a ocorrência de pólio, sarampo e tétano, entre várias outras doenças.
Atualmente, a vacina contra o coronavírus é esperada com grande ansiedade e esperança de que ela venha a colocar fim no isolamento social e na pandemia mundial, mas, de acordo com pesquisadores do Estados Unidos e do Reino Unido, as primeiras vacinas aprovadas devem ser incapazes de pôr fim à pandemia, de modo que a grande maioria delas não visa evitar o contágio, mas sim a forma grave da doença. De acordo com Kate Bingham, chefe da força-tarefa britânica criada para o desenvolvimento e a produção de vacinas contra a Covid-19, em texto publicado na revista científica The Lancet, não se sabe se um dia teremos uma vacina e também afirma que é importante prevenir-se contra a complacência e o otimismo excessivo, tendo em vista que a primeira geração de vacinas tende a ser imperfeita, e devemos estar preparados para que não previnam a infecção, mas reduzam os sintomas e, mesmo assim, podem não funcionar para todos ou por muito tempo. Ainda, segundo ela, não se pode descartar a hipótese de todas as vacinas acabarem sendo ineficazes, principalmente para o grupo mais vulnerável e atingido pela doença: os idosos. Para a especialista, a vacina não será "uma bala de prata" que permitirá que a vida volte ao normal "da noite para o dia".
O momento atual é de mobilização sem precedentes para enfrentar a COVID-19, com contribuições bilionárias de governos e instituições filantrópicas para pesquisas e o desenvolvimento de vacinas, assim como a sociedade científica que está fazendo história ao avançar na produção de uma vacina em um tempo recorde. Normalmente, uma vacina eficaz leva em torno de 10 anos para ser desenvolvida.
No atual momento, mais de 150 candidatas à vacina estão em desenvolvimento ao redor do mundo, portanto é possível que em algum momento uma delas se mostre bastante efetiva para frear o número de contágios, ainda que parcialmente.
A parceria Oxford/AstraZeneca e a da Moderna apontam que os imunizantes conseguem gerar uma resposta imune robusta contra o vírus, impedindo que ele se propague no corpo, mas não foram capazes (até agora) de evitar completamente a infecção. Na Rússia, a Sputnik V já recebeu aprovação emergencial. Na China autoridades já distribuíram centenas de milhares de doses de vacinas contra a covid-19 para a população nos últimos meses. A iniciativa em caráter emergencial inclui três imunizantes chineses que ainda estão em fase de testes, como o da Sinovac, que será fabricado pelo Instituto Butantan, em São Paulo.
De acordo com a BBC NEWS Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê, sob regras rígidas, a distribuição de vacinas ainda em estudo durante emergências de saúde pública como a pandemia de covid-19. Mas especialistas apontam que é crucial que vacinas sejam distribuídas somente quando todas as fases dos estudos forem concluídas, e os resultados forem analisados por autoridades nacionais e internacionais, dados os riscos envolvidos.
