Data de publicação: 03/11/2020
Os perigos de uma nova onda de Covid-19 são evidentes, com o relaxamento das medidas de isolamento pelo mundo houve também um relaxamento geral, podemos tomar como exemplo os turistas alemães na ilha de Mallorca, que, segundo o jornal alemão Mallorca Zeitung, “era como se ninguém tivesse ouvido falar da pandemia”, isto nós não vemos só na ilha de Mallorca, vemos no bairro do Leblon, praias, na Rua Padre Chagas em Porto Alegre, e em diversos outros lugares.
Quando falamos do risco e do perigo de uma nova onda de Covid-19, devemos avaliar como cada continente lidou com a pandemia, pois a sua atuação na primeira onda pode ser determinante numa nova onda de casos. A Ásia e a Oceania foram dois dos continentes que tiveram uma boa atuação diante desta crise, com testagem em massa em alguns países e um planejamento muito eficiente na forma de enfrentar o Vírus, dentre esses países destacam-se a Nova Zelândia, Coréia do Sul e Taiwan. Os riscos de uma nova onda de casos na Ásia e Oceania não são muito altos tendo em vista a rápida ação destes diante o surgimento de alguns novos casos. No Oriente Médio a situação é desbalanceada, pois, enquanto temos países que adotaram medidas mais eficientes de combate à doença e conseguiram lidar bem com a Pandemia, como Emirados Árabes Unidos e Turquia, também temos países que não puderam adotar estas medidas por sua crise interna já ser bastante grave, como Síria, Iêmen, e Palestina. Analisando os dados e as condições de cada país do Oriente Médio nós podemos concluir que temos países mais preparados para uma nova onda de casos, e países muito vulneráveis diante de uma nova onda.
No Ocidente, começamos pela Europa, continente que enfrentou dificuldades no combate, principalmente países como Itália, Espanha e Reino Unido. Porém, vieram a ter o controle da situação posteriormente, todavia, atualmente está ocorrendo um crescente de casos na Europa. No dia 27 de novembro, a Rússia registrou 320 mortes, o maior número em um só dia desde o início da pandemia, a Bélgica anunciou um novo lockdown, a Alemanha sofre com a falta de pessoas nos hospitais, a França anunciou nesta sexta feira, dia 30, um novo lockdown, a Itália decretou o fechamento de algumas atividades. A organização mundial da Saúde (OMS) está preocupada com uma nova onda de contaminação, principalmente quando o número de casos está crescendo em diversos países europeus que voltam a registrar um recorde no número de casos em semanas.
Nas Américas a situação também não deixa de ser preocupante, pois temos países que ainda estão lidando com a primeira onda e tiveram muitas dificuldades, como o Brasil, os Estados Unidos, o Peru, o Equador, Argentina e a Nicarágua. A maior parte dos estados norte-americanos optou pela antecipação do afrouxamento da quarentena e uma parte da população não está seguindo as orientações de distanciamento social à risca sugerido pelos infectologistas. Com isso o número de infectados vem aumentando progressivamente, e já se especula quando ocorrerá uma nova onda da doença. Porém, temos alguns países que também lidaram bem com a pandemia, como o Uruguai e o Chile, e já temos um país que já está vivenciando a segunda onda, que é o Canadá. Se formos olhar o conjunto, o cenário das Américas diante de uma segunda onda é preocupante.
A África surpreendentemente vem fazendo um bom trabalho no combate ao coronavírus, uma das teorias mais plausíveis para a boa atuação do continente Africano diante da pandemia é a sua experiência pregressa com epidemias, como a Cólera e o Ebola, logo muitos dos países africanos já tinham planos de emergência para epidemias. Por isso, concluímos que o perigo de uma nova onda de casos de Covid-19 na África não é muito grande.
O Brasil, que é considerado pela OMS um dos países com um dos maiores número de infectados no mundo, está atualmente em combate ao coronavírus, e está aos poucos afrouxando a quarentena e reabrindo aos poucos os serviços não essenciais, porém, uma parte da população está descumprindo as normas de isolamento, por isso não se descarta um nova onda de infecção do vírus.
Se as normas de isolamento social não forem respeitadas, especialistas sugerem que possa haver uma recuperação no número de internações em massa e em mortes em Janeiro e fevereiro de 2021, igual ou pior ao que ocorreu na primavera desse ano na Europa. Algumas medidas podem ser tomadas para aliviar esse caso, como a vacinação contra a gripe para vulneráveis e profissionais da saúde e sociais, além de intensificar o sistema de detecção e rastreamento do vírus.